Letra cursiva na educação infantil: sim ou não?

Compartilho com vocês um caso verídico contado por uma amiga:

A mãe chega em casa exausta e diz ao filho que não vai atender ninguém, porque está muito cansada e teve um dia muito difícil. O telefone toca e o filho de 5 anos atende. É alguém querendo falar com a mãe e ele logo diz que ela não pode atender porque teve um dia difícil e está muito cansada. A pessoa pergunta:
- Mas o que aconteceu com ela?
E o menino responde:
- Não sei não, mas acho que ela está aprendendo letra cursiva!

A letra cursiva faz parte da vida acadêmica, mas como tudo na vida, ela tem sua época certa. Já está provado, por meio de estudos científicos publicados no meio acadêmico, que a letra cursiva só deve ser introduzida quando a criança já domina o código, ou seja, quando ela está alfabética ou alfabetizada. Antes disso é enfado e canseira e não tem o menor sentido para a criança.
INTERAGIR com a letra cursiva é necessário. COBRAR deve ser um ato condizente com a possibilidade de resposta. Há que se considerar, além do contexto, a idade e a maturidade, afetiva e biológica dos alunos.
Além do mais, gastar tanto tempo cobrando um traçado certinho já não faz mais sentido, em um mundo digital. A tecnologia está aí, ganhando as salas de aula e a simpatia dos alunos.

Então vamos refletir: o que estamos fazendo com as nossas crianças?

Comentários

  1. Num mundo digital , usaremos mais a letra bastão.Ok,mas é bom saber que nas escolas particulares ensinam desde a primeira série a cursiva e nas públicas apenas na segunda? Por que outra vez diferenças no ensino? Por que não ensinar a cursiva mesmo sendo da era digital? será que não estamos querendo tirar a prática do manuscrito?

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    1. Agradeço muito sua vista no blog! Na verdade, não queremos tirar o manuscrito, nem podemos. O que questionamos é somente a idade com que se exige certas práticas de escrita. Mas ela é sim, necessária. Abraço.

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