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Mostrando postagens de julho, 2016

A culpa não é minha

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Assistindo a TV ontem, deparei-me com a notícia de que os donos da boate KISS, no Rio Grande do Sul, serão julgados. Pra quem não se lembra, a boate pegou fogo e matou muitos jovens que não conseguiram sair do recinto. Uns morreram asfixiados, outros queimados. Por causa da comoção nacional, todo mundo clama por justiça. Esta avidez na busca por culpados acabou me fazendo refletir: somos assim mesmo. Temos sempre a tendência de expiar as culpas em alguém: os bombeiros são os culpados, não, são os músicos da banda, não, são os donos da casa noturna, não, são os jovens que não tinham que estar lá, não, são os pais que não deviam tê-los deixado ir, não, é a prefeitura que não investe em leis mais severas e não fez a fiscalização. E as mortes posteriores dos sobreviventes são culpa da falta de estrutura da saúde, do governo, etc.... Não pensem que estou defendendo a impunidade. Penso que deve haver apuração, punição severa e aprendizado, para evitar tragédias futuras. Eu a

Ler: prazer ou obrigação?

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A escola é a principal e, às vezes, única fonte de leitura para os alunos. Não se justifica, porém, a forma como ela vem sendo encaminhada em muitas escolas.  Fonte de informação e prazer, encantamento e emoção, a literatura deve ocupar um espaço de real importância na vida da criança, merecendo, assim, um tratamento especial em sala de aula. Ler, antes de qualquer coisa, deve ser PRAZER. O indivíduo deve ver os livros como uma forma de identificação com seus sentimentos e opiniões, fonte de informação, como uma forma de se comunicar, de fazer uma INTERLOCUÇÃO com o autor.  Se damos livros aos alunos para que leiam, de forma corrida, sem conversar previamente sobre o assunto, sem promover debates e reflexões, sem ouvir o que pensaram, o que sentiram, a literatura não servirá para nada além de fixar ortografia, ensinar sinais de pontuação, ampliar o vocabulário ou aferir a capacidade de interpretação, mediante algumas perguntas dirigidas e mecânicas sobre o texto.  E

Filhos com necessidades especiais, pais com atitudes especiais

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Filhos com necessidades especiais, pais com atitudes especiais Por Priscila Pereira Boy* O nascimento de um filho mexe com a gente. Muitas vezes, vai mexer na estrutura familiar e na organização da casa. Ter uma criança com necessidades especiais não é uma situação simples, tampouco confortável. O primeiro desafio é lidar com a frustração. Quando uma criança nasce, os pais costumam depositar várias expectativas sobre seus filhos com o intuito, na maioria das vezes inconsciente, de diminuir suas próprias frustrações do passado. Um filho é uma extensão de nós mesmos. Outro desafio é lidar com as cobranças e os preconceitos das outras pessoas. Uma criança com necessidades especiais, como qualquer outra, deve ser protagonista de sua própria história. Como pais e profissionais, devemos evitar superprotegê-la, poupá-la, subestimá-la. A criança com necessidades especiais deve ser vista essencialmente como CRIANÇA e, portanto, como PESSOA. Desde o início, deverá ser cons