Liberdade e mudança
Este é o meu artigo do mês de setembro, na minha coluna do jornal Ana Lucia.
Liberdade e mudança
Por Priscila Pereira Boy- Pedagoga- Mestre em Educação
O mês de setembro me remete a duas palavras:
Liberdade e mudança. A primeira está
ligada à comemoração da independência do
Brasil. Segundo nos conta a história, D.Pedro I, às margens do Rio Ipiranga,
profere a célebre frase:
-“Independência ou morte!”
Pronto. Estamos livres. Agora não somos mais
oprimidos por colonizadores que só querem o nosso trabalho, nossas riquezas,
nos exploram e usufruem, sozinhos, de tudo o que seria de todos. Agora não somos mais explorados, não roubarão
nossas terras, nosso ouro. Agora sim, que fomos libertos, estamos prontos para
ter uma vida digna e comunitária.
A outra palavra, mudança. Setembro é o mês da
entrada da primavera. E quando esta estação chega, trás consigo as flores,
brotam novas folhas, tudo fica colorido, alegre cheio de vida. Adeus folhas
secas do outono, adeus árvores e galhos secos. Agora tudo é novidade. Ver as flores se abrindo nos dá a
exata dimensão de que a vida pode desabrochar, de que há esperança, de que
podemos, depois de período de seca, florescer.
A liberdade que sonhamos ainda está longe de acontecer.
Saímos das mãos dos colonizadores portugueses para os colonizadores
globais. A sociedade de consumo faz de
nós povo explorado e escravo. Ávidas pelo lucro exorbitante e fácil, empresas
fazem seres humanos reféns de salários de miséria, em troca de comida, água e abrigo.
Uma mãe americana comprou um brinquedo “made in
China” e dentro dele, havia um bilhete escondido, escrito por um funcionário. O
autor estava preso num campo de trabalho forçado no norte da China, trabalhando
15 horas diárias durante toda a semana. No bilhete ele dizia:
“Se você
comprar este produto, por favor, mande esta carta para a Organização Mundial de
Direitos Humanos” – de pessoas na
China, que sofrem a perseguição do Partido Comunista, ficar-lhe-ão gratas para
sempre”.
Diante disto, eu me agarro na esperança da
mudança. Acredito que as flores vão se abrir, que o cenário há de ficar mais
belo. Para isto, basta a gente se unir e fazer parte desta mudança.
Todos os dias eu me pergunto como posso
contribuir para ver, ainda em vida, um mundo melhor. Pequenas ações podem fazer
diferença: eu não compro produtos quando sei que estes utilizaram mão de obra
escrava. Evito a ostentação, a
segregação, contribuo financeiramente com obras sociais, desenvolvo trabalho
voluntário. Eu e muita gente que conheço por aí, fazemos a nossa parte.
Que tal você também fazer a sua? Faça algo que
esteja ao alcance da sua mão. Dê um sorriso ao frentista do posto, agradeça à
varredora de rua que cuida da nossa cidade. Veja as pessoas simplesmente como
pessoas. E não se assuste se, ao adotar
tais atitudes, a pessoa mais beneficiada com isto for você!
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