A cultura do excesso
Aproveitei o feriado de carnaval para assistir filmes, repousar,
dormir bastante e ver documentários (adoro!). Algumas coisas que vi me chamaram
a atenção e me fizeram refletir.
Vivemos hoje a “Cultura dos excessos”. Tudo tem que ser demais,
hiper, mega, intenso, tem que ser muito, tem que aparecer. Eu prefiro a simplicidade, a leveza, como expressa a foto ao lado.
Peguei-me analisando as musas das escolas de samba. É muita perna,
muito peito, muito bumbum, muita nudez, muita vontade de se sobressair sobre as
outras, por meio dos excessos que se faz só pra aparecer.
Elas desfilam em uma escola, depois passam pra outra, dançam horas
de samba na avenida, e fazem muito, muito, muito esforço. Muito sangue, muita
dedicação à malhação, à abstinência alimentar, algumas tomam bomba, excesso de
ensaios, compromissos, fotos, trabalho.
Está imposta a ditadura da beleza, da perfeição,
o paradigma da juventude eterna. E dá-lhe implantes, botox, próteses, apliques.
São mulheres esculpidas artificialmente. O corpo delas não é 100% natural. É
muita coisa pra pouca aparição: é um excesso.
De repente tudo ficou tão superficial, artificial...Como diz o
sociólogo francês,Gilles Lipovestsky, a humanidade colocou o virtual acima do
real, passou a preferir o replay do lance pela tevê ao gol visto no estádio.
A cultura do excesso é isso: as coisas parecem verdadeiras, mas
são exageradas. São bolhas que, se a gente colocar um alfinete, estouram. É um
excesso de futilidade, excesso de esforço inútil. Excesso que não compensa, que
não vale a pena.
É um excesso que gera cansaço, enfado e frustração. Saia da
cultura do excesso. Alivie as cargas, alivie a bagagem. Ao fazer isto você via
ter um excesso: de FELICIDADE!!!!
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