A "arte" de educar as crianças
Compartilho com vocês o artigo da minha coluna deste mês.
A “arte” de educar
as crianças
Por Priscila Pereira Boy- Pedagoga- Mestre em Ciência
da Educação
O mês de outubro é marcado por duas datas especiais: o dia
das crianças e o dia do professor. Estes dois homenageados tem uma relação
muito direta. O educador não existe sem o educando e vice versa. Há entre eles
uma relação de aprendizado mutuo, crescimento e afetividade.
Eu venho de uma família de educadores e sempre fui educadora.
Sempre me encantou o universo da escola, onde a gente faz amigos, aprende
coisas novas, em um ambiente de trocas e partilhas.
Educar é um privilégio único. Eu me sinto especial por ser
educadora.
Educar é deixar marcas é desenvolver afetos e ampliar
saberes.
Educar é uma ARTE.
Nos dias atuais, a palavra arte entrou em discussão. Algumas
exposições em museus trouxeram à tona o debate sobre o que é arte e o que é
extrapolação da liberdade de expressão. Ainda entrou no debate o sentido de algumas
manifestações desta liberdade de expressão, se elas realmente tem esta intenção
de manifesto, partilha de emoções e formas de ver o mundo ou se as obras escondem
por trás, objetivos sórdidos, como a erotização precoce, a pedofilia e
zoofilia. Enfim, as perversões sexuais.
Como moro em Belo Horizonte, vou me limitar a comentar a
exposição feita na minha cidade, no Teatro do palácio da Artes, intitulada:
“ Faça você mesmo sua capela Sistina”, de Pedro Moraleida. Na
exposição ele viola alguns símbolos sagrados cristãos através de cenas de
pornografia e zoofilia.
O referido artista se suicidou aos 22 anos de idade e
relata-se que tinha envolvimento com drogas e alguns de seus escritos que
coletei na internet retratam a confusão mental do artista e a baixa estima que
o assolava.
Eu fiquei pensando se as obras dele não seriam retratações
dos abusos sofridos, das experiências vividas na infância e procurei olhar para
elas não como afronta, mas como denúncia. Pedido de socorro talvez.
E aí foi que me dei conta de que educar as crianças preservar
sua integridade, inocência e direito a infância é meu papel como educadora. É
obrigação e privilégio.
Se você é educador, saiba, que em algum lugar tem uma criança
que conta com você e que, se exposta precocemente a alguns estímulos ou
investidas, poderá vomitar esta violência de alguma forma no futuro. Talvez até em forma de arte.
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